Quem vê aquele pobre menino
Pelas ruas da cidade a vagar
Desconhece que ele é filho do acaso
Sem amor, sem guarida e sem lar
Muito cedo sua mãe foi embora
Ninguém liga pro seu canto de tristeza
Quando clama por seus pais a soluçar
Mamãe onde esta a senhora
Que não vem agora enxugar meu pranto
Queria tanto ouvir o seu canto de acalanto
E em seu colo adormecer e acordar.
Papai onde esta o senhor que não ve a dor do filho curar
Se tenho fome nem por seu nome posso chamar
Quando o medo vem não tenho ninguém pra me amparar
Sua cama é o banco la da praça
Seu cobertor é o jornal velho quando há
Seu alimento dos lixões é retirado
Pois se pedi uma moeda ninguém da
Sua escola é a dos crimes e a dos vicios
Seu futuro não tem rumo ou direção
Ó governantes amparai os desvalidos
Pra não ouvirmos nunca mais igual refrão