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Mano Chaba - Mundo Dos Espertos Lyrics

Há quem estudou bué, mas não tem emprego
Há quem não estudou, está no movimento
Vivemos de burla, game está violento
Vamos só na fé, tudo vai dar certo

Há quem está nos picos, velha já não Bumba
É mesmo no raço, que sai putaputa
Se não estamos na placa, entramos na zunga
Nós temos talento, mas ninguém nos ajuda

Vamos fazer como, se estamos a sofrer?
Se tudo tá caro, mas não querem saber
Isso não é viver, é sobre viver
O estado promete, mas não está a resolver

Criança não sabe ler, lhe chamam de tolo
Porque ao invés de estar na escola, tá no Kikolo
Eles só julgam, às vezes só olho
Nós temos vontade, também temos sonho

Velha tá cansada, velhos já não vive
Tem que mexer os braços, pra não ficar triste
Tropa não recua, tem que aguentar bit
Do jeito que estamos, tipo no cafrique

No mundo dos espertos
É minha visão só que vai bazar
Tem que ficar quieto
Não toda verdade é para revelar
Não tempos sossego
Vivemos toda hora reclamar
Nos metem no tempo
Mas sentimos bué de medo de falar

Fatia de bolo, só comemos no natali
É de manhã, mas o pensamento tá no jantari
Negócio tá tibua, lá vem o fiscali
Levaram o negócio, a vida tá mali

O gás acabou, tem mais energia
Sem o lombongo, não se faz magia
Às vezes emprestamos, na nossa vizinha
E nosso gueto, que não reina alegria

Já tamos frustrados, com o preço da gasolina
Tem mais as crianças pai, não pagam propina
Olha o saco de arroz, não temos comida
Para aliviar a mente, outros vão na esquina

Até cuca subiu, tão a bater gin
No dia seguinte, tudo a repetir
Tem que deixar um mambo, antes de sair
Bué de sofrimento, problema está aí

Outros não aguentaram, ficaram gatunos
Vida já não é a mesma, nome já não é bruno
É de limatar xe, o wi do babulo
Se não lhe dar nguessu, vai te levar tudo

A vida tá dura, tipo brincadeira
Aqui todo mundo, tá ver poeira
O país é rico, com bué de bobera
É bungle bang na calomenguenha

No mundo dos espertos
É minha visão só que vai bazar
Tem que ficar quieto
Não toda verdade é para revelar
Não tempos sossego
Vivemos toda hora reclamar
Nos metem no tempo
Mas sentimos bué de medo de falar