Vejo para além destes olhos, estou aberto ao mundo.
Jamais serei tocado com a intensidade de uma flor.
Tudo dói profundamente nesta pele que me abriga,
E me sufoca lentamente, fazendo prolongar a dor.
O chão que nos cerca é o lar que me aprisiona,
Agora que meu ar não escapa do meu peito.
Porque o meu coração bate, mas apenas na memória.
E eu ainda te vejo solitário ao lado deste leito.
Refrão:
Eu gostaria de ter apreciado a tua alma
Que agora vive para sempre em tuas linhas.
Viverá imortal na poesia.
Sinto para além deste corpo, estou caído e mudo.
Jamais irei ecoar com a intensidade de um silêncio.
Tudo cala em minha voz e nesta pele que habito.
Eu queimo vivo e solitário em meu próprio incêndio.
O chão que nos cerca é o mesmo que aprisiona,
Soterrado por palavras que não puderam ser ditas.
O bater deste coração ainda ecoa nas lembranças,
E o meu sangue já não corre, minha voz é retraída.
Refrão:
Eu gostaria de ter apreciado a tua alma
E, agora, ela vive para sempre em suas linhas.
Você é imortal na poesia.
Enquanto ser humano, tudo passará por esta pele.
E as flechas do destino me atingem após as preces.
Eu me jogo e sinto a vida cair logo ao meu lado,
Sempre sonhei com o dia em que eu seria libertado.
Esta é a minha queda, livre.