Arriba pandeiro roto, abaixo manta molhada
Se nom nos queixamos nós, os de arriba nom fam nada
Costureirinha bonita, dá-me umha agulha de ferro
Para dar-lhe umhas pontadas, ao capital que nom quero
O rio quando vai cheio, leva carvalhos e folhas
Também podia levar a essa Gente Pota toda
Nom podo cantar que morro, nom podo cantar que morro
Aí venhem os Capadores, apropriarom-se de todo
Eu passei por Monte Pio, tivem que passar correndo
Que polas janelas tiram caldeiros de auga fervendo
Arriba pola portela, minha prenda resalada
Demos graças meus senhores, os direitos nom som nada
Esta vai por despedida, esta vai por derradeira
Como nom fagamos nada, levam-nos a vida inteira