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Baitaca - Secretario De Obra Lyrics

(Pra ver daí Baitaca véio, comé que tem passado, índio?
- Mal uma barbaridade, parceiro véio.
- Mas é por que?
- Cantar não tá dando quase nada mais...
- E o que que tem feito?
- Peguei um cargo público agora, tô de secretário de obra,
vô contá pra vocês o que estou fazendo agora)

Pra quem não sabe, pensa que isso é brinquedo
levanto de manhã cedo madrugada meia escura
e pro serviço eu já ando tudo estropiado
e é um compromisso danado que eu tenho na prefeitura

Clareia o dia, corro pra tudo que é lado
pra dar conta do recado e o povão não reclamar
meto le a pá, tapo buraco à vontade
e as ruas da minha cidade não dá mais pra caminhar(2x)

Tapo buraco de noite, tapo de dia
até domingo e feriado eu tapo buraco em quantia
vivo folgado e ganho dinheiro de sobra
estou enchendo a carteira de secretário de obra

De secretário eu sofro barbaridade
pelas ruas da cidade tapo buraco e valeta
instalo água pro povão não se queixar
e por tudo quanto é lugar, tô botando manga preta

De manhã cedo bem antes que o sol esquenta
dou de mão na ferramenta e a trabalhar eu me atraco
faço serviço que o prefeito se emociona
e por tudo quanto é zona eu vivo tapando buraco(2x)

Na zona sul, na zona norte da cidade
na urbana e na rural eu tapo buraco à vontade
vivo folgado e ganho dinheiro de sobra
estou enchendo a carteira de secretário de obra

Lá no meu bairro uma muié desquitada
num jeito tão delicada, chegou e me falou assim
lá na minha frente tá tudo virado em caco
pois tem um baita buraco, quero que tape pra mim

Me fui pra lá dar uma mão pra vivente
não é que dá um acidente que eu quase que me arrebento
me descuidei quando cheguei na verada
dei-le uma resbalada e me fui inteiro pra dentro(2x)

Um buracão que nem esse eu nunca vi
tomara que ninguém caia dentro desse que eu caí
falei pra ela isso não é brincadeira
buraco desse tamanho é só de retroescavadeira

(Agora sim as coisas melhoraram cento por cento,
meu travesseiro é feito de dinheiro, a minha colcha véia,
emendada só de nota de cem, tchê)

por nelson de campos