Sou eu, um guerreiro de Matamba
A força africana de Nzinga ancestral
Onde o invasor não tem mais voz
Meu povo feroz faz reza e ritual
Aprisionado ao som da chibata
Na força das gargantas embargadas
É Ginga, ê, é Ginga
Mulher que se faz fortaleza
Calunga de Angola resiste
No imenso mar pra curar a incerteza
Bota dendê pra benzer, pra colorir o saber
E entender o poder do catiço
Se quem atiça acende vela
Faz tambor numa panela
Na tristeza dá sumiço!
Eu vou dançar maracatu, caxambu e capoeira
Manifestar minha raiz a noite inteira
Identidade de Laurinda e outros mais
Luanda, teu espírito é santo
Afasta qualquer quebranto
É canto livre de amor e paz
O meu povo é batuqueiro
De Angola, mandingueiro
O Sol de Luanda me guia pro norte
E quem não enxerga cicatriz
Faz valer sua raiz
Canta Imperatriz do Forte!