Ouço o mar
Bramindo a sua dor
De haver criado a Deus
E abreviado amor
Dos náufragos
Onde agora
E com os pesos dos abraços
Vagam planos para sempre adiados
Sobre as águas
Pairam tantas mãos inúteis
Sal
As nuvens que não sabem mais
Do antigo bálsamo dos ventos
Na alma
Ouço o mar
Que enfim entoa em cântico
As dobras do destino
Incerto como a sorte dos sinais
Perdidos
Das dobras do silêncio
Sal
As nuvens que não sabem mais
Do antigo bálsamo dos ventos
Na alma
Ouço o mar