Olhos tristonhos e mãos estendidas
Sono sem sonho esperanças perdidas
Roupas rasgadas, imundas fedidas
Desprezo e repúdio e alma ferida
Lixo ambulante, moda ultrajante
Água nos olhos fome constante
Deserto na boca a morte não vem
Angústia transborda saída não tem
Se implora um pão muitos não dão
Outros tem nojo e nem falam não
Mas gente eles são sem nada nas mãos
Escravos na lama da situação
Falência das leis virou tradição
Resíduos da falha de toda a nação
Vergonha humilhante pra sociedade
Acalentem a fome de um homem sem nome