(Solfejo) dia cinza
Dia lilás dia lilás
Dia cinza dia cinza
Dia lilás dias...dias...dias...dias ...
Murcharam as flores
Roubaram as cores
Mataram amores
Em tudo não a graça
Boca amordaçada
Palavras incompletas
Conversas indiretas
Um tapete na porta
Escrito em inglês
Welcome na entrada
Uma porta de madeira
De cor cinza morta
Uma corrente enferrujada
Maçaneta torta
Uma simples bota
Com furo na sola
De cara se nota
A tempestade que aqui se forma
Nuvens carregadas
Um livro desencapado
Um velho terno amarrotado
Um cigarro um trago
Naufrágio no copo
Descartável de conhaque
Um broche na gaveta
Um gole sem destaque
A face o disfarce
De pernas cruzadas
O sexo sem nexo
A solidão é o par
Dia cinza...
até chegar o lilás
............
Um novo amor que vem
E nasci agora
Chegando o astro rei
Que tem a chance nova
Ao ver meu bem
Sentir chegar aurora
Puxar até a mim
Assim vigora
Felicitar a vida
Pois o mês é veranil
É venusto as primeiras horas
Que antecede o anil
Um toque sutil
Traços alaranjados
Um azul escuro
Predominante borrando as nuvens
Bem antes do amarelo belo
Elo se espalha
Bate na prata e reflete
Dando a vida ao cenário
O canto das aves
Abandonando os ninhos
Os primeiros automóveis
A espera dela cela
O teu silêncio
Nunca vai barrar o tempo
Melhor estar acordado
Do que acordar bem cedo
Melhor ver a terra
Parir o sol no céu
O sublime criador
Trabalhar com o pincel
Eu tão ébrio me equilibrei
Na linha do horizonte
E há vi sorrindo como fosse
Teu amado de ontem
Me trouxe nova aurora como deve ser
Me transformando agora em um novo ser