Sou homem de estrada a tropa é minha vida
E dessa vida por nada eu vou largar
Pode cair a chuva mais maldita
Que ao destino da tropa eu vou chegar
Sou carreteiro de vida humilde
Minha vida depende dos meus bois de canga
Não tem de ponte ou corredor mui feio
Que faça com a carga retornar
Somos homens do campo e vida bruta
Que nos deixa com calos no coração
Pode ser lombo firme de algum taura
Ou com taquara de guia nas mãos
O horizonte é a alma da minha lida
Que sempre esteve a me acompanhar
Essa estrada parece ser infinita
Só mesmo num tranco forte pra encurtar
No rangido da carreta eu me embalo
Estribilhando um assovio pra os bois acalmar
Vou tocando estes bois com muito cuidado
Pajando versos pra o assovio acompanhar