Eu me lembro muito bem do dia em que eu cheguei
Jovem que desce do norte pra cidade grande
Os pés cansados e feridos de andar légua tirana... nana
E lágrima nos olhos de ler o pessoa
E de ver o verde da cana
Em cada esquina que eu passava
Um guarda me parava
Pedia os meus documentos e depois sorria
Examinando o três-por-quatro da fotografia
E estranhando o nome do lugar de onde eu vinha
Pois o que pesa no norte, pela lei da gravidade
Disso newton já sabia! cai no sul grande cidade
São Paulo violento, corre o rio que me engana
Copacabana, zona norte
E os cabarés da lapa onde eu morei
Mesmo vivendo assim, não me esqueci de amar
Que o homem é pra mulher e o coração pra gente dar
Mas a mulher, a mulher que eu amei
Não pode me seguir não
Esses casos de família e de dinheiro
Eu nunca entendi bem
Veloso o sol não é tão bonito
Pra quem vem do norte e vai viver na rua
A noite fria me ensinou a amar mais o meu dia
E pela dor eu descobri o poder da alegria
E a certeza de que tenho coisas novas
Coisas novas pra dizer
A minha história é... talvez
É talvez igual a tua, jovem que desceu do norte
Que no sul viveu na rua
E que ficou desnorteado, como é comum no seu tempo
E que ficou desapontado, como é comum no seu tempo
E que ficou apaixonado e violento como, como você
Eu sou como você. eu sou como você. eu sou como você
Que me ouve agora. eu sou como você. como você