Não sai do minha boca o catarro que não engoli
Não sai da cabeça, a vontade
sujo as paredes com o sangue do meu calcanhar
Pinto meu rosto contrassenso
Ninguém me encontra aqui no banheiro
Sozinho, sozinho contra todos
Saio na rua ninguém se parece comigo
Me olham de longe e começam a correr
Saco do bolso o bilhete do dia final
Atiro pro alto, contra o vento
Detono o primeiro olhar quebro o espelho
Sozinho, sozinho contra todos
Sento à mesa, o garçom me anota o jantar e
Serve o vinho mais caro da casa
Seguro a taça com ares de superior
Sorrio pra todos contra mim
Solto um grito no meio do salão
Sozinho, sozinho contra todos
Subo com ânsia os andares no elevador
Sufoco a náusea no apartamento
Secreto o suor que escapa de dentro do corpo
Sofismo sem lógica contra o peito
Sou eu, só eu, sem mim sentimento
Sozinho, sozinho contra todos