[Intro]
Eu 'tou a viver
[Verso 1]
Vivendo na escuridão
A semana rotineira vai comendo a minha ação
Comando uma vida inteira em função da brincadeira
Que me obrigam a fazer e eu morro desta maneira
O morro agiganta-se e o people espanta-se
Porque se dança seguro no escuro da multidão
Enquanto me escondo nos versos que não escrevo:
Servo da morte é ser ser-vivo em sofrimento
Eu lamento esse momento mas não mе arrependo
Mesmo sabеndo que errei
Nem sempre sapiente eu sei que:
Moldo o ambiente à minha lei
Molho a minha mente em perfeito conhecimento
De uma causa que se veste a preceito
Num ecrã feito para me deixar colar a mente
É claramente premeditado
E facilmente justificado
[Refrão]
Quando era novo acordava para o almoço
Sem razão para sorrir mas com um sorriso no rosto
Agora sou o oposto, ando sempre mal disposto
Mesmo no topo do mundo sinto-me no fundo do poço
[Verso 2]
Vendi a alma por duas cascas de tremoço
Mesmo assim passei factura
Liquidei o meu imposto
Ainda diz que recebo mais do que é suposto
(Ah! Mais do que é suposto?)
'Tou 'ma foder 'pó buraco onde a tuga se pôs
Querem ver-me morrer pelo perdão da dívida externa?
Perdão, digo dívida eterna
Sei que a solução é exportar merda
E liquidar-me na taberna
[Refrão]
Quando era novo acordava para o almoço
Sem razão para sorrir mas com um sorriso no rosto
Agora sou o oposto, ando sempre mal disposto
Mesmo no topo do mundo sinto-me no fundo do poço
Quando era novo acordava para o almoço
Sem razão para sorrir mas com um sorriso no rosto
Agora sou o oposto, ando sempre mal disposto
Mesmo no topo do mundo sinto-me no fundo do poço
[Outro]
No fundo do poço... sustentar porcos no fundo do poço
Eu só sustento porcos
Levam 23% dos meus trocos
Eu tenho 23 e sem dinheiro no fim do mês
Esvazio os meus bolsos