[Verso 1]
São quatro e vinte
Hora de acender esse e esquecer o que sinto
Minto se disser que escrevo um texto sucinto
'pra explicar porque me banho neste copo de tinto
Ou porque raio me vendo por notas de vinte
Eu demito-me
Espero que seja claro porque acho isto muito estranho
Este haxixe é uma banhada, estou a ver se me еntretenho
Nesta hora madrugada um bеat não serve 'pra nada
Se eu eu não tiver nada 'pra dizer
Se eu não tiver nada pra dizer
É porque os cravos me encravaram nesta caverna
Cravaram crivos na carcaça desta era
E eu 'pra aqui à procura duma esfera maior
Onde a raça não se defina pela cor
Onde a força do Homem não seja a sua forca
[Refrão]
Porca!
Esta sociedade está morta
Farta de se aturar a si própria
Olha para trás e lê a história
Tu olhas para a frente sem memória
[Verso 2]
São quatro e vinte
Hora de acordar que eu tenho de entrar às cinco
Mecanicamente pronto para aguentar o suplício
Eu não sou condenado mas passo pelo sacrifício
Fora do hospício, aqui na província
Cotas rodam charros e quase ninguém repara
Putos são apanhados e levam na boca na esquadra
Banharam-me um oitavo sem auto de apreensão
No dia seguinte quem o vendia era um ladrão com distintivo
(Puto, tu tem calma aí com as dicas)
[Bridge]
O ar 'tá nocivo, comportamento agressivo
Crime comum ao polícia e bandido
Tu ouve o que eu digo, mantém-te passivo
Com glocks no coldre falar 'tá fodido
O ar 'tá nocivo, comportamento agressivo
Crime comum ao polícia e bandido
Tu ouve o que eu digo, mantém-te passivo
Com glocks no coldre falar 'tá fodido
A vaca já tossiu
Os porcos já voam
As galinhas têm dentes
E estas cores já só destoam
Eu tenho 23 e sem dinheiro no fim do mês
Vejo onde as palavras ecoam
[Refrão]
Porca
Esta sociedade está morta
Farta de se aturar a si própria
Olha para trás e lê a história
Olhas para a frente sem memória
Porca