Racionais MC's, uno de los grupos más influyentes y respetados del panorama musical brasileño, tuvo su origen en los barrios periféricos de São Paulo en 1988. Conformado por Mano Brown (Pedro Paulo Soares Pereira), Ice Blue (Paulo Eduardo Salvador), Edi Rock (Edivaldo Pereira Alves) y KL Jay (Kleber Geraldo Lelis Simões), este cuarteto utilizó el rap como medio para expresar las luchas y aspiraciones de la juventud negra y pobre del Brasil urbano. Desde sus inicios, su mensaje directo y potente capturó la atención de quienes buscaban una representación auténtica en la música.
En 1988, el grupo lanzó su primer EP titulado 'Holocausto Urbano', con una estética cruda y letras poderosas. Este trabajo inicial marcó el comienzo de su ascenso en la escena del rap brasileño. Sin embargo, sería su segundo álbum, 'Raio X do Brasil' (1993), el que los catapultaría a la fama. Con canciones como 'Fim de Semana no Parque' y 'Homem na Estrada', Racionais MC's empezó a ganar una base sólida de seguidores.
En 1997, Racionais MC's lanzó 'Sobrevivendo no Inferno', un álbum que se convertiría en un hito no solo en la música rap, sino en la cultura brasileña en general. Temas como 'Diário de um Detento' y 'Capítulo 4, Versículo 3' no solo fueron enormemente populares, sino que también recibieron elogios por su profundidad y crítica social.
Este disco, que alcanzó ventas multimillonarias, consolidó a Racionais MC's como la voz de una
Ver BiograFia Completa
12 de outubro de 2001
Dia das Criança
Várias festa espalhada na periferia
No Parque Santo Antônio hoje teve uma festa
Foi bancada pela irmandade, uma organização
Tavam confeccionando roupa lá no Parque Santo Antônio lá
Lutando
Remando contra a maré
Mas tá lá tá firme
Tinha umas 300 pessoa
Só, na festa das criança
Comida, música
Tinha um grupo de rap de uma menininha de 10 ano
Cantando muito
Aí saímo de lá voado
E fomo numa otra quermesse de rua também,
Na Vila Santa Catarina
Lá do outro lado da Zona Sul Quase no Centro
E chegamo lá
A festa num tinha começando ainda
Aí no caminho passamo por uma favela assim
E trombamo com uns molequinho jogando bola e tal
E começamo a provocar
"Ei moleque, ce é santista, tal."
"Não, eu sou corintiano."
Eu falei
"Ei, Marcelinho vai 'rebentar vocês."
Os moleque vinho naquela idéia de jogo
Daí eu comecei a pesar do lado dos moleque
"E aí, mano, e aí, tá estudando e tal."
Aí o moleque falou assim
"Ih, esse aqui hoje xingou a mãe dele."
Aí eu falei assim
"Porque você xingou sua mãe?"
"Ah, porque..."
Não, nem foi isso, ele falou assim
Eu falei
"Ganhou, vocês ganharam presente?"
Eu perguntei
Num foi não, Neto
"Vocês ganharam presente?"
Aí ele falou
"Ganhei foi um tapa na cara hoje."
Aí eu falei
"Porque você tomou um tapa na cara?"
"Ah, minha mãe deu um tapa na minha cara, foi isso que eu ganhei, não ganhei presente não."
Falou assim, ó, bem convicto mesmo
Aí eu falei assim
"Porque você tomou um tapa na cara?"
"Ah, porque eu xinguei ela."
"Ma', porque você xingou ela?"
"Ah, lógico, todo mundo ganhou presente e eu não ganhei porque?"
Aí eu fiquei pensando, né mano
Como uma coisa gera a outra
Isso gera um ódio
O moleque com 10 ano, pô
Tomar um tapa na cara
No dia das criança
Eu fico pensando
Quantas morte, quantas tragédia
em família, o governo já não causou
Com a incompetência
Com a falta de humanidade
Quantas pessoas num morrero
De frustração, de desgosto
Longe do pai, longe da mãe
Dentro de cadeia
Por culpa da incompetência desses daí
Entendeu
Que fala na televisão
Fala bonito
Come bem
Forte, gordo
Viaja bastante
Tenta chamar os gringo aqui 'pa dentro
Enquanto os próprio brasileiro tão aí, ó jogado
No mundão
Do jeito que o mundão vier
Sem nenhum plano tra, traçado
Sem trajetória nenhuma
Vivendo a vida
Só
E o moleque era mó revolta, vai vendo
Moleque revolta
E ele tava friozão
Jogando bola lá, tal
Como se nada tivesse acontecido
Ali marcou pra ele
Talvez ele tenha se transformado numa outra pessoa aquele dia
Vai vendo o barato
Dia das criança.