[Estrofe 1: Ana Moura]
Olhas p'ra mim
Com esse ar reservado
A estoirar pelas costuras
Nem sei se estou em Lisboa
Será que é Tóquio ou Berlim?
Tu não me olhes assim!
Porque o teu olhar tem ópio
Tem quebras nos equinócios
Pitadas de gergelim
[Estrofe 2: Ana Moura]
Mas se isto é fado
Ponho o gergelim de lado
Vou buscar o alecrim
E tu sempre a olhar p'ra mim
Como se alecrim aos molhos
Atraíssem os teus olhos
Não tenho nada com isso
Alguém que quebre este enguiço
Que eu não respondo por mim
[Refrão: Ana Moura]
E já estou quase a trocar
O mal pelo bem e o bem pelo mal
Se isto é fado
Não é um fado normal
A trocar, o mal pelo bem e o bem pelo mal
Não é um fado normal
[Estrofe 3: Ana Moura]
Vou por lugares
Nunca dantes visitados
E há que ter alguns cuidados
Porque bússola não há
E baralham-se os sentidos
Se andamos ao Deus-dará
Sem sentinelas nos olhos
Vou confiar no ouvido
E nada vai estar perdido
[Estrofe 4: Ana Moura]
Mas se isto é fado
Vou entristecer o quadro
P'ra tom de cinza acordado
Que eu não quero exagerar
No meio do nevoeiro
Teimo em ver o teu olhar
Que sei não ser derradeiro
Alguma coisa se solta
Que talvez não tenha volta
[Refrão: Ana Moura]
E já estou quase a trocar
O mal pelo bem e o bem pelo mal
Se isto é fado
Não é um fado normal
A trocar, o mal pelo bem e o bem pelo mal
Não é um fado normal
[Refrão: Gaiteiros de Lisboa]
E já estou quase a trocar
O mal pelo bem e o bem pelo mal
Se isto é fado
Não é um fado normal
A trocar, o mal pelo bem e o bem pelo mal
Não é um fado normal
[Conclusão: Gaiteiros de Lisboa e Ana Moura]
Se isto é fado
Se isto é fado
Não é um fado normal