Nunca se ria, seu moço
De vê um caboclo calado
Porque tudo neste mundo
Tem sentimento guardado
Não transforme em caçoada
O vivê desse coitado
É seu patrício, seu moço
É um brasileiro apurado
Aquilo que vancê veste
E tudo que vancê come
Vem da mão desse caboclo
Vem do suor desse home
Que traz a sua coieita
Que na cidade consome
Muitas vez pra lhe servi
Lá no sertão passa fome
Quando chega de tardinha
Vorta pro rancho cansado
O sór lá por trás do morro
Vai descendo avermeiado
Logo o brilho das estrela
Espaia pro seu roçado
Este caboclo, seu moço
É brasileiro apurado
Não faça pouco, seu moço
Do roceiro már trajado
É ele que pega a enxada
Que vira o chão ressecado
Aperte sua mão grossa
Óie seu rosto queimado
É seu patrício, seu moço
É brasileiro apurado
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)