Sou poeta boiadeiro
Morando na serrania
Faço verso das campina
Da floresta a melodia
E trago dentro do peito
Uma saudade bravia
Relembrando a minha terra
Num passado que judia
Eu saí de Aquidauana
Entre soluços e ais
Minha linda cuiabana
Despedi pra nunca mais
Passei minha mocidade
Na terra do Paraguai
Carregando uma saudade
Sem podê vortá pra traz
Uma lembrança saudosa
É lá de Porto Murtinho
Daquela mata frondosa
Um cheiro de passarinho
O cantar da seriema
Lá na beira do caminho
Descrevendo o meu poema
Sem amor e sem carinho
Eu revejo a passarada
Naquela manhã serena
Cantando como se fosse
Uma viola de pena
Aquele sertão colosso
Campo verde e céu de anil
Que saudade, Mato Grosso
Recanto do meu Brasil